Várias autoridades participaram da Reunião Pública na noite de ontem (19/08), que discutiu a construção do Hospital Regional, próximo ao Cemitério São João Batista que contou com a presença do presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba (Aciu), Karim Abud Mauad que também é secretário municipal de Planejamento da PMU, o promotor Carlos Valera, representantes da Gerência Regional e Secretaria Municipal de Saúde, geólogos, engenheiros, o vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), advogado Leuces Teixeira, Associação de Moradores do Bairro Tutunas, Conselho Municipal de Saúde, entre outros.
O prefeito licenciado Anderson Adauto (PMDB) já disse que não pretende mudar o hospital de endereço. Os vereadores João Gilberto Ripposati (PSDB) e Carlos Alberto Godoy (PTB) tiveram a iniciativa de realizar a reunião para debater o assunto. O ponto principal seria uma suposta contaminação pelo chamado necrochorume, um líquido produzido pelos cadáveres em decomposição.
O secretário de Planejamento, Karim Mauad, afirma que já foram feitos vários estudos no local e que a obra ainda não começou porque as licitações estão em andamento. Mas ele acredita que o cemitério São João Batista não gera o necrochorume. Ele disse ainda, que não há a mínima possibilidade do hospital ter poços artesianos ou semiartesianos. Todo o abastecimento será feito por um reservatório do Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (Codau) e também estão previstas ações de reuso da água, mas não de tanques construídos no terreno.
Vários aspectos foram abordados, com argumentos contra e a favor do hospital. Em sua fala, o vice-presidente do Conselho Municipal, Jurandir Ferreira, questionou o que será feito com os cerca de seis mil moradores daquela região, caso seja confirmada a contaminação do solo, por causa do cemitério.
Já o engenheiro João Eurípedes Sabino, que escreveu até um livro, apontando suas alegações contra a construção do hospital naquele lugar, em suas críticas pelas decisões tomadas até agora, e lembrou que o próximo cemitério municipal será construído cerca de 30 quilômetros da cidade.
O presidente da Associação de Moradores, Emerson de Paula, destacou a importância de se levar a discussão até a comunidade. Ele disse que mora no bairro há 30 anos, ao lado do cemitério, e lembrou que existem dois poços artesianos naquela região, abastecendo mais de dez mil pessoas, e nunca teve notícia de alguém que tenha sido contaminado. Emerson contou, ainda, que trabalha no Corpo de Bombeiros há seis anos e tem experiência para afirmar que o local é estratégico, inclusive em termos de acesso à BR-050 e a outros pontos da cidade. Segundo o presidente da associação, os moradores estão na maior expectativa pela construção do hospital.
O promotor Carlos Valera explicou que o Ministério Público tem um inquérito civil proposto pelo engenheiro João Eurípedes e que está em Belo Horizonte, para que um corpo técnico multidisciplinar faça a análise adequada. O promotor explicou que os peritos vão verificar se a localização do hospital atende à legislação e, posteriormente, os laudos serão elaborados. Para Valera, até que fiquem prontos, seria até leviano emitir algum comentário sobre o assunto.
Ripposati respondeu às críticas e afirmou estar com a consciência tranquila pelas decisões tomadas na CMU, pois os vereadores apenas autorizaram a liberação da área, sendo que a elaboração do projeto é de responsabilidade do Executivo.
Em sua explanação, o geólogo Léziro Marques destacou a pesquisa que realizou em 1.250 cemitérios, espalhados pelo Brasil e até mesmo em outros países, garantindo que não existe a possibilidade de ter contaminação por necrochorume na vertente do hospital.
Fonte: carmen