Proposta de se implantar um cartão de compra de material escolar foi apresentada ontem aos empresários do setor de papelaria da cidade

Prefeitura analisa proposta para implantação do cartão material escolar em Uberaba. Pelo projeto, o governo municipal deixaria de fazer a compra direta dos kits escolares e passaria a oferecer aos alunos da rede municipal crédito por meio de um cartão especial para a aquisição dos itens em papelarias da cidade.

Em reunião ontem com empresários do setor, a secretária municipal de Educação, Silvana Elias, enfatizou que poderia ser a solução para evitar problemas de atraso na entrega do material aos estudantes, mas também argumentou que é necessário avaliar o custo financeiro da proposta.

De acordo com Silvana, a Prefeitura gastou, em média, R$33,70 por aluno este ano para a compra dos kits escolares. Um investimento total em torno de R$835 mil. Entre as cidades que já adotam o cartão material escolar, o menor valor apresentado ontem foi de R$50. Considerando o universo de 25 mil alunos na rede municipal, a despesa total seria de R$1,25 milhão. “A proposta é inovadora e arrojada, mas a gente tem especificações claras sobre o material e também a questão dos custos. Desde que a gente mantenha o padrão de qualidade e os gastos não sejam muito mais altos, é viável. Vamos estudar”, salienta.

A secretária se comprometeu a encaminhar à Aciu (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Uberaba) a lista de materiais solicitada para cada faixa etária. Uma cotação será feita pelos comerciantes para identificar o valor médio necessário para a compra dos itens.

Para o presidente da Aciu, Manoel Rodrigues Neto, o cartão material escolar significaria economia para os cofres públicos, otimizaria a logística de entrega dos kits e ainda fortaleceria a economia local. Por isso, ele espera que seja firmado um acordo rápido para a execução a partir de 2016. “As pequenas e microempresas dificilmente têm condições de participar de licitações de grande porte [como a do kit escolar]. O cartão poderia assegurar que o recurso ficasse com as empresas da cidade. Agora é necessário conversar e definir os termos do convênio. Quem sabe até para valer já no ano que vem”, salienta.

Questionada, a secretária descarta a possibilidade da implantação imediata do cartão material escolar.“Diante da burocracia enfrentada pelo poder público e a questão estrutural, seria muito pouco prazo para nos organizarmos para 2016. Mas não queremos perder a proposta de vista”, conclui.

O cartão já é utilizado em cidades como Brasília, municípios do interior paulista e também em cidades mineiras como Poços de Caldas e Três Pontas. Uberlândia e Belo Horizonte também estudam a implantação da ferramenta.